A economia azul, conceito que promove o uso sustentável dos recursos marinhos, tem vindo a ganhar destaque em Portugal, refletindo-se em diversas iniciativas que visam alavancar o desenvolvimento económico sem comprometer a saúde dos oceanos. Este modelo económico emergente não só propõe soluções inovadoras como também integra a sustentabilidade como princípio central, alinhando-se com as metas globais de preservação ambiental.
Portugal, com a sua vasta zona económica exclusiva, posiciona-se como um ator privilegiado na implementação da economia azul. O país tem vindo a apostar em setores como as energias renováveis marinhas, a biotecnologia azul e o turismo sustentável, reconhecendo o potencial destes segmentos para impulsionar o crescimento económico e a criação de emprego, ao mesmo tempo que promove a conservação dos ecossistemas marinhos.
A Estratégia Nacional para o Mar 2030 (ENM 2030) surge como um instrumento fundamental para orientar as políticas públicas nesta área. Com objetivos claros, como o aumento do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da economia do mar e a contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a ENM 2030 define prioridades em áreas como ciência e inovação, biodiversidade, pesca e aquicultura, entre outras, estabelecendo um caminho para um desenvolvimento equilibrado e sustentável.
Neste contexto, o investimento em inovação tecnológica tem sido um dos pilares do crescimento da economia azul em Portugal. O apoio a startups e PME’s que desenvolvem soluções inovadoras em áreas como a robótica subaquática, a digitalização do setor marítimo e a monitorização ambiental tem sido incentivado através de fundos e programas específicos, como o Fundo Azul. Estes investimentos não só fomentam a competitividade como também contribuem para a transição para uma economia de baixo carbono.
A colaboração entre entidades públicas, privadas e a sociedade civil tem sido essencial para o sucesso da economia azul. Parcerias estratégicas têm permitido a implementação de projetos conjuntos que visam a regeneração dos ecossistemas marinhos, a promoção da educação ambiental e a sensibilização para a importância da preservação dos oceanos. Esta abordagem colaborativa fortalece a governança e assegura a eficácia das políticas implementadas.
A formação e capacitação de recursos humanos são também aspetos cruciais para o desenvolvimento da economia azul. Programas de especialização e liderança em economia azul têm sido promovidos, visando dotar os profissionais com as competências necessárias para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades deste setor emergente. A educação desempenha, assim, um papel fundamental na construção de uma sociedade mais consciente e preparada para os desafios ambientais.
A nível internacional, Portugal tem reforçado o seu compromisso com a economia azul através da participação em iniciativas globais e regionais que promovem a sustentabilidade dos oceanos. A colaboração com outros países e organizações internacionais permite o intercâmbio de conhecimentos e experiências, enriquecendo as políticas nacionais e contribuindo para uma abordagem mais integrada e eficaz na gestão dos recursos marinhos.
Em suma, a economia azul representa uma oportunidade estratégica para Portugal, permitindo conciliar desenvolvimento económico com a preservação ambiental. Através de políticas públicas bem definidas, investimentos em inovação, colaboração interinstitucional e formação especializada, o país está a construir um futuro mais sustentável e resiliente, onde os oceanos desempenham um papel central na prosperidade das gerações vindouras.
Autor: Latos Tyrson