Em um mundo onde a segurança alimentar e o abastecimento global estão no centro das atenções, para o empresário Aldo Vendramin, a capacidade de armazenamento de grãos e alimentos se tornou um fator estratégico. Países com grandes estoques podem controlar melhor suas exportações, evitar perdas e reagir com mais eficiência a crises climáticas ou geopolíticas. Armazenar bem não é apenas uma questão de infraestrutura — é uma vantagem competitiva no mercado internacional.
Mas o que podemos aprender com os líderes mundiais em armazenagem? Saiba mais agora mesmo:
Quais países se destacam em capacidade de armazenamento e por quê?
Na liderança mundial da armazenagem, países como Estados Unidos, China e Índia se destacam pela robustez de seus sistemas logísticos e pela forte integração entre produção, transporte e estocagem. Os Estados Unidos, por exemplo, possuem silos em praticamente todas as fazendas, garantindo que os grãos sejam armazenados com qualidade desde o campo até o porto. Isso reduz perdas e dá flexibilidade na comercialização.

A China, por sua vez, investiu em estoques estratégicos como forma de garantir segurança alimentar para sua população. O país mantém reservas reguladoras de arroz, trigo e milho, o que o torna menos vulnerável a oscilações de mercado. Já a Índia aposta em cooperativas e programas públicos para ampliar a armazenagem rural. Como frisa Aldo Vendramin, esses modelos mostram que uma política de estocagem eficiente é essencial para garantir estabilidade econômica e alimentar.
Por que o Brasil ainda enfrenta desafios na armazenagem?
Apesar de ser um dos maiores exportadores agrícolas do planeta, o Brasil sofre com um déficit significativo na capacidade de armazenagem. Segundo Aldo Vendramin, estima-se que o país tenha capacidade para estocar cerca de 60% da produção total de grãos, o que obriga muitos produtores a venderem rapidamente após a colheita, quando os preços costumam estar mais baixos. Isso compromete a rentabilidade e aumenta as perdas.
Outro problema está na concentração da armazenagem nas regiões Sul e Sudeste, enquanto o Centro-Oeste — principal polo produtivo — carece de infraestrutura adequada. A falta de silos nas fazendas, aliada a gargalos logísticos, como estradas precárias e poucos armazéns próximos aos portos, limita a competitividade brasileira no mercado global. Investir em armazenagem é, portanto, uma necessidade urgente para o país avançar.
O que o Brasil pode aprender com os países líderes?
O primeiro grande aprendizado é a descentralização da capacidade de estocagem. Nos países líderes, os silos estão distribuídos em toda a cadeia produtiva, do pequeno produtor aos grandes centros exportadores. Como demonstra o senhor Aldo Vendramin, essa estrutura permite que o agricultor tenha maior poder de decisão sobre o momento ideal para vender, além de reduzir desperdícios e conservar melhor a qualidade dos produtos.
É fundamental apostar em tecnologia e políticas públicas de incentivo. Softwares de monitoramento, controle de temperatura, rastreabilidade e financiamentos acessíveis para construção de silos podem transformar o cenário atual. O Brasil tem potencial para liderar também nesse aspecto, desde que adote uma visão estratégica de longo prazo, aprendendo com os exemplos internacionais e adaptando soluções à sua realidade regional.
Em suma, a capacidade de armazenamento vai muito além da logística: é uma questão de soberania, planejamento e inteligência econômica. Como aponta Aldo Vendramin, os países que dominam essa etapa da cadeia produtiva ganham vantagem em um mundo cada vez mais competitivo e sujeito a crises. Para o Brasil, olhar para os modelos internacionais e investir em armazenagem descentralizada e tecnológica é um caminho promissor para consolidar sua posição de liderança no agronegócio global.
Autor: Latos Tyrson